25 de janeiro de 2019

Barragem da Vale se rompe em Brumadinho e atinge parte administrativa e comunidade

SÃO PAULO - A barragem 1 da Mina Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizontese rompeu na tarde desta sexta-feira, 25. Segundo a empresa, a área administrativa, onde estavam funcionários, foi atingida, assim como a comunidade da Vila Ferteco e, portanto, pode haver vítimas. Segundo o Corpo de Bombeiros, há cerca de 200 desaparecidos. Por enquanto, quatro pessoas foram socorridas e encaminhadas ao hospital.

O Corpo de Bombeiros informou que o acidente aconteceu na altura do km 50 da Rodovia MG-040. Os bombeiros enviaram equipes com policiais civis e militares, com enfermeiros e medicamentos, além de cinco aeronaves e um helicóptero. Também foram acionados militares do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad).

As quatro vítimas resgatadas são três mulheres e um homem, que foram levados de helicóptero ao Hospital João 23, em Belo Horizonte. As mulheres estão conscientes, com estado de saúde estável, e passam por avaliação. O hospital acionou um plano de atendimento para múltiplas vítimas de catástrofes e, por isso, casos não relacionados ao rompimento da barragem serão encaminhados para outras unidades de emergência, informou o João 23, em nota.

Segundo informações do site da Vale sobre as barragens da região, a barragem 1 foi construída em 1976 e tem volume de 12,7 milhões de m³. Atualmente, a barragem não receberia material, pois o beneficiamento do minério na unidade é feito à seco, ainda de acordo com o site. Para efeito de comparação, a barragem da Samarco que em 2015 se rompeu, soterrando o distrito de Bento Rodrigues e matando 19 pessoas, tinha 50 milhões m³ de rejeitos.

Em primeira análise, o Ibama afirma que a primeira estrutura receptora dos impactos seria a Barragem de Retiro Baixo, a cerca de 150 quilômetros do ponto de rompimento. A equipe do Núcleo de Prevenção e Atendimento a Emergências Ambientais do Ibama se deslocou para o local com servidores da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Minas.

No Facebook, a prefeitura de Brumadinho pediu que a população mantenha distância do leito do Rio Paraopeba, que é um afluente do Rio São Francisco. Em nota, a Copasa, responsável pelo abastecimento de água na região metropolitana de Belo Horizonte, afirmou que não há risco de desabastecimento.

O parque de Inhotim evacuou mais de mil pessoas às pressas, com medo de que a lama proveniente da ruptura da barragem a área, o que, por enquanto, não ocorreu. Em solidariedade às vítimas, o parque informou que não funcionará neste fim de semana. O jardim e museu de arte contemporânea a céu aberto é a maior atração turística da região, reunindo obras de arte dos mais importantes artistas contemporâneos. Há 600 funcionários e cerca de mil visitantes por dia.

Em sua conta oficial no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro lamentou o rompimento da barragem. "Lamento o ocorrido em Brumadinho-MG", escreveu o presidente, informando que determinou deslocamento dos ministros do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do secretario nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves. O Planalto montou um gabinete de crise e informou que Bolsonaro deve viajar neste sábado pela manhã.

Ao BR 18, Ricardo Salles afirmou que o governo agirá firmemente: “Seremos muito rigorosos”.
A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata à presidência Marina Silva comentou o rompimento em seu Twitter. "Depois de 3 anos do grave crime ambiental em Mariana, com investigações ainda não concluídas e responsáveis punidos, a história se repete como tragédia em Brumadinho. É inadmissível que o poder público e empresas mineradoras não tenham aprendido nada", escreveu.

O Ministério Público de Minas Gerais enviou uma equipe do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) para verificar e avaliar a extensão dos danos. Segundo o Ibama, a competência primária para acompanhamento do acidente é do órgão licenciador, neste caso, estadual. “A competência federal só será estabelecida se o incidente ultrapassar os limites territoriais ou atingir significativamente um bem da União. De qualquer maneira, o Ibama continuará acompanhando o evento e prestando o apoio necessário aos órgãos públicos”, informou o órgão. O governador de Minas, Romeu Zema, segue para o local, enquanto o vice, Paulo Eduardo Brandt, sobrevoa a região.

Tragédia de 2015

Em 5 de novembro de 2015, o rompimento de uma barragem da Samarco também em Minas, entre Ouro Preto e Mariana, soterrou o distrito de Bento Rodrigues e matou 19 pessoas. A lama que desceu da barragem destruiu flora e fauna, além de ter atingido o Rio Doce e alcançado o Oceano Atlântico pelo litoral do Espírito Santo, onde está a foz do curso d'água. O rompimento é considerado o maior desastre ambiental do Brasil. / Daniel Weterman, Julia Marques, Giovana Girardi, Paula Felix, Roberta Jansen e Luan Santos, enviado especial a Brumadinho.

FONTE: MSN.COM

Bombeiros afirmam que há cerca de 200 desaparecidos em Brumadinho, após rompimento de barragem


 BRUMADINHO - O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais afirmou que cerca de 200 pessoas estão desaparecidas após o rompimento da barragem 1 da Mina Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho no início da tarde desta sexta-feira, 25.

Segundo a empresa, a área administrativa, onde estavam funcionários, foi atingida, assim como a comunidade da Vila Ferteco. No momento do rompimento da barragem Mina Feijão, o refeitório da Companhia Vale do Rio Doce estava servindo o almoço. A capacidade do salão era para 2 mil pessoas. Trabalham na unidade 613 trabalhadores, em 3 turnos, mais 28 pessoas terceirizados. O refeitório foi soterrado, mas não há ainda informações sobre quantas pessoas estavam no local, de acordo com a Defesa Civil.

O Corpo de Bombeiros havia informado que a lama de rejeito atingiu o Rio Paraopeba, às 15h50. Mais tarde, retificou a informação, dizendo que não confirmava que a informação de que os rejeitos teriam atingido o rio, que é afluente do Rio São Francisco. Por enquanto, quatro pessoas foram socorridas e encaminhadas ao hospital.

Um sistema de Comando de Operações foi estruturado no Centro Social do Córrego do Feijão, nas proximidades do campo de futebol e da igreja católica da cidade. Em nota, os Bombeiros informaram que “vários órgãos, principalmente de segurança pública, estão no local e em reunião neste momento definindo as estratégias de atendimento”. O campo de futebol está sendo utilizado como área de avaliação e triagem das vítimas para atendimento médico, além de estacionamento de viaturas.
O acidente aconteceu na altura do km 50 da Rodovia MG-040. Os bombeiros enviaram equipes com policiais civis e militares, com enfermeiros e medicamentos, além de cinco aeronaves e um helicóptero. Também foram acionados militares do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad).
Um grupo de cerca de 40 moradores faz buscas por parentes e amigos que desapareceram. As famílias estão em uma quadra coberta, no centro do município, ao lado do escritório de crise montado pela mineradora Vale. No local, equipes recolhem nomes de possíveis desaparecidos.
Esses familiares reclamam da falta de informações. "Falaram para a gente vir para cá, mas não falam nada, não dão nenhuma informação. Estamos agoniados, completamente desesperados por notícias de nossos parentes e amigos", afirmou a dona de casa Márcia Oliveira, que aguarda informações de irmão e de sobrinhos.

Hospitais

O Ministério da Saúde afirmou que todas as equipes do Samu que atuam na região afetada pelo rompimento da barragem estão mobilizadas para atendimento de vítimas e 150 leitos de hospitais foram colocados a disposição. Equipes foram mobilizadas para dimensionar a necessidade de suprimentos, abrigos e atendimento para população afetada.

A pasta informou que, numa segunda etapa, a equipe de Vigilância em Saúde vai monitorar a contaminação dos recursos hídricos, principalmente o do rio Paraopeba, que abastece as cidades da região.
Hospitais de Belo Horizonte acionaram o plano de atendimento para múltiplas vítimas de catástrofes e estão separando leitos para receber pessoas que forem resgatadas do local do acidente. Além do João XXIII, que recebeu as quatro vítimas socorridas até o momento, outros hospitais ligados à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) também acionaram o plano. São eles: Eduardo de Menezes, Júlia Kubitschek, Maria Amélia Lins, Maternidade Odete Valadares e Instituto Raul Soares.
A medida também foi adotada pelo Hospital Risoleta Tolentino Neves e pelo Hospital Municipal Odilon Behrens.

O Hospital Público Regional de Betim (HPRB) abriu uma sala e um bloco cirúrgico. "Foram colocadas macas nos corredores, além da liberação do estacionamento para possível pouso de helicóptero. Até as 16h20, nenhuma vítima havia chegado ao HPRB", disse a prefeitura do município nas redes sociais.

FONTE: MSN.COM

24 de janeiro de 2019

Jean Wyllys desiste de mandato e deixa Brasil após ameaças

O deputado federal Jean Wyllys, eleito pela terceira vez consecutiva pelo PSOL do Rio de Janeiro, disse que vai desistir do novo mandato e viver fora do Brasil. Em entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo, o parlamentar, que está de férias em outro país, contou que não pretende voltar e que vai se dedicar à carreira acadêmica.

Wyllys recebe ameaças de morte com frequência e vive sob escolta policial desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, em março do ano passado. Com o aumento dos riscos, o deputado decidiu abandonar a vida pública para se proteger.
“O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, explicou à Folha.

Além disso, o parlamentar relatou que sua decisão de deixar o país se deu também devido às recentes informações de que familiares de um ex-PM suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Jean Wyllys foi o primeiro parlamentar assumidamente gay e defender as pautas LGBT no Congresso Nacional. Isso fez com que ele se tornasse um dos principais alvos de grupos conservadores, ameaças que vieram em grande parte pelas redes sociais.

fonte: MSN.COM

23 de janeiro de 2019

Bolsonaro: Brasil reconhece Guaidó como presidente da Venezuela

O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta quarta-feira, em Davos, o líder oposicionista Juan Guaidó como presidente da Venezuela. Guaidó, do partido Vontade Popular, preside a Assembleia Nacional do país e, hoje, fez juramento solene diante de uma multidão, em Caracas, durante manifestações em prol da renúncia de Nicolás Maduro.
Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores formalizou a posição antecipada por Bolsonaro. “O Brasil reconhece o senhor Juan Guaidó como Presidente Encarregado da Venezuela”, informa o texto. “O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela.”
O Itamaraty assinala que Guaidó assumiu o Poder Executivo “de acordo com a Constituição”  da Venezuela, “tal como avalizado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ)”. Ne segunda-feira 21, porém, o próprio TSJ, dominado por Maduro, considerou a Assembleia Nacional “inconstitucional” como forma de neutralizar a possível iniciativa de Guaidó.

O líder oposicionista já havia se declarado “presidente interino” da Venezuela no último dia 11, invocando o artigo 333 da Constituição. Nesta quarta-feira, ele lidera manifestações em Caracas e em 23 estados da Venezuela em prol da renúncia de Maduro, considerado pela oposição como um usurpador.
A iniciativa de Bolsonaro veio a público depois do reconhecimento de Guaidó como presidente interino pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em Davos, o presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez, afirmara na terça-feira que seu governo estava pronto para reconhecer Guaidó.

O governo do Canadá seguiu o mesmo caminho, e há expectativa de que os demais membros do Grupo de Lima, que pressiona Caracas pela retomada da democracia, e a União Europeia igualmente reconheçam Guaidó como presidente-interino da Venezuela.

Nicolás Maduro, porém, continua no Palácio de Miraflores como presidente do país. Ele assumiu seu terceiro mandato em 10 de janeiro, respaldado pelas eleições fraudulentas de maio, apesar do clamor internacional para que não tomasse posse. Seu governo é considerado “ilegítimo” pelo Grupo de Lima – exceto México – e pelos Estados Unidos. Mas é apoiado pela Rússia, China e Turquia, além dos bolivarianos Cuba, Nicarágua e Bolívia e pela União Africana.

O sucessor de Hugo Chávez, morto em 2013, tem ainda o apoio das Forças Armadas e da Guarda Nacional Bolivariana que, junto com milícias civis armadas, mantém controle sobre o grosso da população. Seu poder se estende à Assembleia Constituinte, 100% composta por seus aliados, e ao TSJ.

FONTE: MSN.COM
LINK: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo/bolsonaro-brasil-reconhece-guaid%C3%B3-como-presidente-da-venezuela/ar-BBSEeim

Papa diz que medo de imigrantes pode deixar pessoas loucas


O papa Francisco sugeriu nesta quarta-feira que a hostilidade contra imigrantes é motivada por medos irracionais, à medida que segue para a América Central, de onde muitos imigrantes saem a caminho dos Estados Unidos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu ao Congresso 5,7 bilhões de dólares para construir um muro ao longo da fronteira do país com o México, para impedir a entrada de imigrantes –uma demanda rejeitada por democratas que levou à paralisação parcial do governo norte-americano.
Um dos repórteres viajando com o papa para o Panamá disse ao pontífice que havia visto recentemente uma barreira elaborada para conter imigrantes que se estendia pelo oceano Pacífico em San Diego, na ponta oeste da fronteira dos EUA com o México, e a descreveu como uma “loucura”.
“O medo nos deixa loucos”, respondeu Francisco.

A imigração deve ser um dos temas principais da visita de seis dias do papa ao Panamá. Enfatizando o foco do pontífice na questão, Francisco se reuniu com oito refugiados que vivem em Roma antes de ir para o aeroporto.

A viagem ao Panamá entre os dias 23 e 28 de janeiro para celebrar a Jornada Mundial da Juventude é a primeira viagem ao exterior do papa em 2019.

O papa de 82 anos também deve visitar os Emirados Árabes Unidos, o Marrocos, a Bulgária, a Macedônia e a Romênia este ano e disse que uma visita ao Japão também está prevista.
“Eu vou ao Japão em novembro. Se preparem”, disse a repórteres a bordo do avião.

Francisco disse que também gostaria de visitar o Iraque, mas que foi advertido de que seria muito perigoso.
No ano passado, uma autoridade do Vaticano disse que o papa Francisco consideraria a possibilidade de fazer uma viagem sem precedentes à Coreia do Norte. Ele disse que tal viagem demandaria “séria preparação” e que não houve nenhum sinal de pode acontecer em breve.

 FONTE: MSN.COM

22 de janeiro de 2019

Para cientistas políticos e especialistas em relações internacionais, a fala de Bolsonaro foi superficial


Em seu primeiro discurso em um evento internacional, o presidente Jair Bolsonaro "falou o que a plateia de Davos queria ouvir", mas perdeu a oportunidade de mostrar a líderes, empresários e personalidades públicas do Fórum Econômico Mundial uma agenda concreta, na avaliação de analistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Para cientistas políticos e especialistas em relações internacionais, a fala de Bolsonaro foi superficial e, em alguns momentos, se aproximou da retórica da campanha eleitoral.

 4 promessas que Bolsonaro fez ao mundo em Davos Bolsonaro vai a Davos: como o novo governo reposiciona o Brasil no xadrez internacional "A questão não foi só o que ele falou, mas o que não falou", diz Leandro Consentino, professor e especialista em relações internacionais do Insper.

Em um painel previsto para durar cerca de 30 minutos, o presidente discursou durante cerca de 8 minutos e respondeu a perguntas de Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, por outros 8 minutos. Há um ano, em janeiro de 2018, o então presidente Michel Temer falou no mesmo evento por cerca de 20 minutos.

Em 2014, a fala da então presidente Dilma Rousseff em Davos durou pouco mais de 35 minutos. Ambos deram um panorama dos indicadores macroeconômicos do Brasil, citaram a importância da responsabilidade fiscal - ou seja, de manter equilibradas as contas públicas - e prometeram medidas de desburocratização para aumentar a produtividade.

 A fala de Bolsonaro incluiu as reformas, sem citar a da Previdência ("gozamos de credibilidade para fazer as reformas de que precisamos e que o mundo espera de nós") e reforçou o caráter liberal da agenda econômica ("trabalharemos pela estabilidade macroeconômica, respeitando os contratos, privatizando e equilibrando as contas públicas").

fonte: MSN.COM